terça-feira, 6 de abril de 2010

Rúbia

Aparição, palidez, face delicadamente enrubescida,
brandamente magra, extraordinariamente bela.
Uma noite fria, um vinho quente, como
a cor dos teus cabelos, vermelhos!

Vermute, absinto, tonto, desnudo por teu cheiro,
almejo ser percebido, tocado por tua candura imaculada.
Surge como um sol em minha noite insana, insossa, remitente,
surge branda, calmamente como sol de outono, rubra incandescente.

Furor que sangra, flama que escorre por meu peito
como lava, que aflora, que jorra sobre Vulcano,
é teu cio germinando, brotando minha terra.

Teu fogo adormecido veio à tona, palidez tornou-se calor,
vivacidade, onde agora encontro abrigo, esconderijo,
fugindo do mundo que há tempos exaltei.


Por Léo Jorge 



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